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“Sururu no Palácio”

Written on 12:20:00 by Terceirão JBC


Professor Nazareno*


As cenas são cinematográficas, hilárias até. Professores e demais trabalhadores em educação do Estado de Rondônia, em greve há quase um mês e comandados pelo Sintero, o Sindicato da categoria, protagonizaram fatos lamentáveis que denigrem ainda mais a já caótica imagem de Rondônia junto à opinião pública nacional. Assalariados mal pagos batendo em assalariados idem. Policiais contra professores. Após terem invadido e “acampado” na Assembléia Legislativa do Estado, os manifestantes rumaram para o palácio presidente Vargas com o intuito de também invadir a sede do Poder Executivo. Esperavam ser recebidos com flores, aplausos e tapinhas nas costas?

Óbvio que os dirigentes sindicais e os educadores de um modo geral sabiam da “recepção” que teriam pela frente. A Polícia Militar do Estado de Rondônia é truculenta, sim. Toda polícia brasileira sempre usou e usa de brutalidades para reprimir uma manifestação. Os músculos são usados por absoluta falta de cérebros. Isso é característica de quem é policial. Não estamos na Europa, nem num mundo civilizado, é fato. Aqui sempre valeu a lei do mais forte. E quem tem um mínimo de bom senso sabe disto. E por que os professores agiram assim? Será que queriam um fato para sensibilizar a população e os “companheiros” que ainda não haviam aderido à greve?

Se em São Paulo os manifestantes da educação promovem Index, aqui invadem prédios públicos na esperança de ter suas reivindicações atendidas. Sinal de que estamos evoluindo. A greve é justa, sim. Estou até sendo repetitivo. O que não pode ser justo nem aceitável é a depredação de bens públicos. Mas quem sabe, talvez os grevistas tenham razão: eles queriam destruir um palácio que tem nome de ditador e que já foi até apelidado de “casinha da Barbie”. A radicalização não interessa a ninguém e deve ser repudiada por todos, inclusive pelos políticos que já estão em campanha eleitoral. As autoridades locais estão caladas, pois filho da elite não estuda em escola pública.

Fico aqui me perguntando quando é que os profissionais da educação municipal vão deflagrar também o seu movimento grevista. Sim, pois os mesmos ganham também uma miséria. Bem menos do que os professores do Estado. É a cantilena de sempre: professor ganha mal em qualquer circunstância. Será que eles também iriam invadir a sede da Prefeitura? “Ninguém é contra a educação”, esse é o discurso sempre preparado nas campanhas eleitorais. Só que quando os eleitos assumem, parece que a última das prioridades é a educação e o educador. E a comunidade, por que está acovardada? Por que os pais não se manifestam? Cadê a participação do povo nesta luta que é de todos?

Se Rondônia está sem dinheiro como disse o ex-governador Ivo Cassol e que por isso os educadores não podem receber uns trocados a mais, o que diabos a construção das usinas no Madeira tem gerado para o Estado? Apenas devastação ambiental? Quando é que esse anunciado desenvolvimento vai chegar? Nunca? Com Cassol ou com Cahulla o fato é que Rondônia precisa de soluções urgentes para os seus problemas, pois não sabemos o que se passa na cabeça dos grevistas. No ocaso do Governo Bianco, na sede social do sindicato, vi estes mesmos professores oferecerem flores ao Cassol enquanto apedrejavam o governador que saía. Invadirão o quê a partir de agora?

 

*O professor Nazareno leciona (ainda) na Escola João Bento.

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